segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Amor ácido e amor básico

Meu azedo ácido,
Sulfúrico coração de motor
Das sereias nítricas, dos elfos fosfóricos,
Básicos e amargos, qual base amarga,
Qual chuva ácida, tensão e dor.

Ácido acético, soda cáustica,
Do vinagre ao sabão,
As torres antipáticas, as lápides umbrosas
Da cal viva e extinta nas flores do limoeiro,
Tijolo após tijolo, dia após dia,
Num suco de limão,

Na metrópole, as fábricas fumacentas,
Na fabricação de duendes fluorídricos,
Que corroem vitrais góticos,
De ninfais hidroxilas e hidróxidos alcalinos,
Cáusticos e ópticos.

Cuidado golem, com o nazista cianídrico,
Com a serpente da manteiga rançosa,
A azia gástrica do hidrácido clorídrico,
A solda da armadura terrosa.

Pois no fim, tudo acaba sem mágoa ou mal,
O ácido beija a base,
O amor se neutraliza
Num biscoito de água e sal.


Francisco Getúlio Sousa

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