XI
Tac tac tac tac tac tac
alma penada
carruagem do além
tac tac tac tac tac tac
turbilhão funesto
a desembestar nas ruas
tac tac tac tac tac tac
estala o chicote
relincham os cavalos sem cabeça
estala o chicote
berra o condutor sem cabeça
dentro da diligencia
vai Dona Ana Jansen
bruxa maligna assassina
e torturada algoz de tantos escravos
agora na morte
é uma escrava
Ana Jansen
má como o próprio demônio
quando morreu
deus não lhe deu salvação
a mandou ao inferno
e o Diabo disse não
alma perdida
alma cruel
nem foi ao inferno nem ao céu
correndo para sempre
no comboio desgraçado
que a carrega como serpente
como espírito condenado
Tac tac tac tac tac tac
Curupira. Francisco Getúlio Sousa.
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